O canto frio (Vs1)

Eu pude observar do canto da colina, o seu respirar, todos os dias é a mesma coisa, ainda estamos estampados no quadro da sala. Foram dias escuros, eu sei, mais soubemos observar o belo da dor, e da musica tiramos a nota. Hoje foi tudo consumado. Olhe só, foi tudo consumido pelo tempo.Deletar ou não deletar.Eu ainda percebo aquele ar de liberdade que transpirávamos, intenso é a magia do teu canto, e se é um canto frio hoje é por que não mais nada a ser dito. Volte pra colina meu amigo, todos estão te esperando, a fogueira já está preparada. Seu lugar ainda está lá, e nunca será substituído por que nada foi deletado.Tudo está no mesmo lugar. Tudo está aonde deveria estar. Deletar ou não deletar. Deletar ou não deletar. Deletar ou não deletar. Não deletaremos o que há de mais belo, pelo menos não por hoje, o meu sentido de ser o que sou e de não ter o que não tenho.Mas tudo vai ficando cada vez maior e mais intenso como tudo deve ser; somos todos frutos da mesma arvore, e nascemos pra cantar sem medo da dor e sem ter medo de não saber pra onde ir, por que quem sabe aonde ir é o que está realmente perdido.Andar ou não andar. Andar ou não andar. Andar ou não andar. Deletar ou não deletar. Seus olhos se manterão fechados por tanto tempo, e por que você se senti assim? São tantas perguntas a fazer, ou apenas previsões de bons ou maus dias. E seus olhos:Por que você os fecha quando canta? Por que vai pra esse mundo tão só? Pra que escolher o caminho mais longo? Por que andar sozinho? Sozinho. Fugir ou não fugir. Fugir ou não fugir. Andar ou não andar. Andar ou não andar. Deletar ou não deletar. Deletar ou não deletar. Essa foi minha mais nobre escolha. É eu sei, eu sei que foi minha escolha.Escolhas somente escolhas. Escolhas Somente. Escolhas. Eu sou as minhas escolhas.

(Vinnie Vieira)